sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Código de honra

Acabo de assistir na TV a cabo ao filme "Código de honra", filme norte-americano de 2011. Diante de muitos acidentes e casos de infecção por HIV, hepatites etc., envolvendo profissionais da saúde e seringas plásticas, um engenheiro inventou uma seringa não-reutilizável, que soluciona o problema.

Mas ela não foi de interesse dos órgãos que controlam a compra de suprimentos hospitalares no país porque, além de mais cara, sua adoção acabaria com um esquema milionário que envolve o que poderíamos chamar de "a indústria da doença", que inclui a prática de exportar para países pobres as seringas, que são lá reutilizadas.

Obra de ficção? Não.
Depois de muita luta, jogos de pressão e mortes, o filme relata que alguns hospitais aderiram à seringa, alguns, e que permanece aquela prática de reutilização em países da África (eles denunciam no filme que esta foi a principal causa da disseminação da AIDS naquele continente).

As tensas reuniões que aparecem no filme me fizeram lembrar das algumas oportunidades em que eu e a equipe com quem trabalho no projeto do copinho tivemos de conversar com advogados, empresas ligadas a patentes, coisas assim.

Os problemas da mamadeira, quando apresentados, caem como uma bomba. Claro, mexem com uma indústria que é apenas a maior indústria de alimentos do mundo.

Numa dessas vezes, fomos alertados do seguinte: procurem se defender de possíveis interessados no projeto de vocês, pois a empresa pode querer financiar e patentear, justamente para nunca permitir que o produto vá para o mercado.

É, quando você entra numa de analisar em detalhe, muitas vezes percebe que as coisas mais cotidianas podem ser personagens de filmes como este.

Recomendo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário