sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Olha, vale a pena tentar!

Pintura da artista norte-americana Anna Rose Bain


Escrevo hoje para sugerir aos leitores que trabalham em empresas privadas que apresentem a seus chefes a ideia de adesão à extensão da Licença Maternidade.

Hoje está em vigor a licença de 4 meses, mas o governo há algum tempo autorizou que o benefício seja estendido para 6 meses.

Para as instituições públicas, a licença de 6 meses é lei, mas as privadas têm liberdade de decidir sobre essa adesão...

O que me motiva a encorajar os leitores do blog é o fato de que isso aconteceu na PUC-Rio. Ontem fiquei sabendo da portaria que informou a todos os setores da Universidade que as mães poderão desfrutar dessa licença estendida, o que me deixou exultante.

E como participei desse processo, reparto aqui com vocês o argumento apresentado para tal mudança, pois ele é realmente eloquente.

A Organização Mundial de Saúde recomenda que os bebês sejam amamentados exclusivamente (sem água, chás ou sucos) pelos 6 primeiros meses de vida. A partir daí a amamentação pode e deve prosseguir junto a outros alimentos até os 2 anos ou mais. 

Os 4 meses, portanto, não são compatíveis com a recomendação do órgão internacional.

É claro que é preciso esclarecer os chefes e o pessoal de Recursos Humanos da empresa sobre os problemas causados por essa cultura industrial que delega à mamadeira e aos leites artificiais a alimentação das crianças. Mas há material farto na internet para documentar isso, aqui no blog mas principalmente em sites como OMS/Unicef, IBFAN, WABA e muitos outros links pra lá de confiáveis. Monta-se uma pasta com algumas dessas matérias e se parte pra uma boa conversa.

Ao se falar sobre o assunto, as pessoas vão se chegando, com sorrisos e muita esperança no olhar. Sobre a importância de zelar pela relação mãe-bebê qualquer pessoa entende :o)

Além disso, considero valiosa a contribuição dada à causa por Papa Francisco, (declarações dele no verão passado) pois independentemente do fator religião ele é um líder internacional de grande reconhecimento. Tem muita coisa bacana pra baixar sobre isso na internet.

Eu estou feliz da vida aqui por esse tão importante caminho ter sido aberto no lugar onde trabalho. Ainda há muito a fazer, como estender também a licença paternidade (que hoje é de 5 dias úteis apenas) e montar uma sala para que as mães que amamentam possam colher seu leite durante o expediente de trabalho (quando retornarem da licença), guardá-lo de maneira refrigerada e levá-lo para seus bebês, pois assim prosseguirão produzindo o melhor alimento que seus filhos podem receber por mais algum tempo. A Anvisa tem um documento sobre isso disponível em pdf.

Nesse mundo maluco, onde um ritmo acelerado nos é imposto pela tecnologia e onde nos horrorizamos com crianças sendo esquecidas em automóveis etc, o reconhecimento de nossas capacidades humanas naturais se faz essencial. Sabemos que nada nem ninguém é dotado a superar a sapiência da natureza.

Eu compus na PUC esse grupo que, devagarinho, foi fazendo tudo acontecer, com Ivone, Mazini, Marisa, Regina, Dr. Álvaro, alguém da Assessoria Jurídica de quem nem fiquei sabendo o nome ainda, os Vice-Reitores Administrativo e Comunitário e nosso Padre Reitor.

Sem dúvida, um valioso presente de Natal! :o)


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