domingo, 12 de julho de 2015

Ouvindo Badinter

Acho que todo mundo tem a tendência de querer depositar sua confiança em um depoimento, em uma frase ou em uma pessoa.

Uma vez, em um curso que frequentei do Prof. José Maria Gomes (IRI-PUC), fiquei absolutamente surpresa com os argumentos empregados pelos alunos para questionar produções de autores que eu havia recebido como perfeitas, geniais, absolutamente conclusivas.

E me encantei com esse questionamento, que demonstra a relatividade das ideias e de suas interpretações. As coisas são complexas demais pra serem resumidas em uma só opinião. As reflexões, os textos, as ideias servem, isso sim -eu pensei- pra nos fornecer subsídios pra tentar conviver com essa sua complexidade.

Digo isso porque ontem assisti com calma à entrevista que Elisabeth Badinter, autora do livro "O mito do amor materno", deu a Betty Milan, publicada no site da Revista Veja.

Eu não consegui concordar ou me identificar, como mulher e mãe, com cerca de 50% do que ela disse.

E senti muita, mas muita falta mesmo, de considerações sobre os evidentes malefícios provocados pela indústria de leites artificiais e mamadeiras. Porque há ideias, mas há também fatos, como o adoecimento e a morte de 1 milhão e 300 mil bebês anualmente em todo o mundo, expostos a tais produtos, em índice da OMS. Fatos esses respaldados pelas incontáveis pesquisas, por uma aliança internacional, por redes de monitoramento desse comércio e por muitas explicações disponíveis pra todos nós na internet e na vida.

Bom, vale assistir.

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